quinta-feira, 8 de setembro de 2016

IRMÃOS


Acabei de voltar à vida. Ou de entender que precisava voltar. Essa foi a sensação que senti quando estava voltando pra casa depois que fiz a melhor viagem da minha vida – até agora.
Nessa viagem, conheci duas pessoas que foram essenciais para isso. O primeiro é um menino. Grande, brincalhão, que esconde incertezas e um extinto protetor imenso. Vi-me muito nele, principalmente por ele ser movido ao riso. Vi muito de dentro dele também, que tem momentos tristes e se irrita quando não entendem essa tristeza dele, que se irrita quando os planos não dão certo. Já teve vários amores, mas o seu amor verdadeiro mora dentro de casa e não tem nem um metro e meio. Vaga por ai galanteando esperando que alguma conquistadora de corações o agarre.
O segundo é um homem. Sério, gosta de trabalhar. Dentro da cabeça dele mora um mundo e o que ele mais quer é explorar esse mundo e ver aonde este pode o levar. Vi-me nele também, principalmente pelo fato dele querer dar seu máximo ao mundo, como uma forma de retribuição pela vida feliz que tem. Vi muito dentro dele também, que se encolhe como se fosse uma criança quando algo não o agrada, que olha os outros de cima abaixo, não para julgar, para ajudar. Vai ser um grande pai, pois é isso que o destino o reservou. Podem taxa-lo de exigente, mas é tão grande que precisa de alguém tão grande como ao lado.
Nessa viagem, vi-me. Como era, como sou e como posso ser. Não nego meus amores, não me prendo mais a eles também. Aprendi com essa viagem que sou feliz e única coisa que tenho que correr atrás nessa vida é pra ser mais feliz. Nessa viagem eu voltei a viver e aprendi pelo que vale a pena viver.
Nessa viagem, eu encontrei dois irmãos.