Acabei de voltar à vida. Ou de entender
que precisava voltar. Essa foi a sensação que senti quando estava voltando pra
casa depois que fiz a melhor viagem da minha vida – até agora.
Nessa viagem, conheci duas pessoas que
foram essenciais para isso. O primeiro é um menino. Grande, brincalhão, que
esconde incertezas e um extinto protetor imenso. Vi-me muito nele, principalmente
por ele ser movido ao riso. Vi muito de dentro dele também, que tem momentos
tristes e se irrita quando não entendem essa tristeza dele, que se irrita
quando os planos não dão certo. Já teve vários amores, mas o seu amor
verdadeiro mora dentro de casa e não tem nem um metro e meio. Vaga por ai
galanteando esperando que alguma conquistadora
de corações o agarre.
O segundo é um homem. Sério, gosta de
trabalhar. Dentro da cabeça dele mora um mundo e o que ele mais quer é explorar
esse mundo e ver aonde este pode o levar. Vi-me nele também, principalmente
pelo fato dele querer dar seu máximo ao mundo, como uma forma de retribuição
pela vida feliz que tem. Vi muito dentro dele também, que se encolhe como se
fosse uma criança quando algo não o agrada, que olha os outros de cima abaixo,
não para julgar, para ajudar. Vai ser um grande pai, pois é isso que o destino
o reservou. Podem taxa-lo de exigente, mas é tão grande que precisa de alguém
tão grande como ao lado.
Nessa viagem, vi-me. Como era, como sou
e como posso ser. Não nego meus amores, não me prendo mais a eles também.
Aprendi com essa viagem que sou feliz e única coisa que tenho que correr atrás
nessa vida é pra ser mais feliz. Nessa viagem eu voltei a viver e aprendi pelo
que vale a pena viver.
Nessa viagem, eu encontrei dois irmãos.